E as estações iam passando. As crianças cresciam, as menstruações de Ptomaína iam desbotando, os velhos espiavam-se pensando, Hei-de ir ao teu enterro, hás-de ir ao meu enterro.
Samuel Beckett, "o Inominável"
Os símbolos estão algures nas entrelinhas.
E as estações iam passando. As crianças cresciam, as menstruações de Ptomaína iam desbotando, os velhos espiavam-se pensando, Hei-de ir ao teu enterro, hás-de ir ao meu enterro.
Não me importo de encalhar, até gosto, mas o que queria mesmo era calar-me. Não como acabo de me calar, para ouvir melhor. Mas calmamente, como vencedor, sem ideias feitas. Que boa vida, a vida, finalmente.
Toda a gente se pôs com estranha facilidade em combater e vexar o antigo liberalismo. A coisa é suspeita. Porque as pessoas não costumam pôr-se de acordo a não ser nas coisas um pouco velhacas ou um pouco malucas.
Onde há pessoas, dizem, há coisas. Isso quererá dizer que admitindo as coisas se tem que admitir as pessoas? Veremos.
Boa parte da desorientação actual provém da incongruência entre a perfeição das nossas ideias sobre fenómenos físicos e o atraso escandaloso das «ciências morais».
Para se sofrer verdadeiramente é preciso amar alguém. E eu já não conheço ninguém no mundo, tudo se tornou para mim regular, indiferente.
A mente quanto espaço dáPortanto: fritanços,
De abertura ao enlaço fundo
Dois, três nós agreste pensamento
De uma cidade em chamas
Que jaz o corpo mas a mente corre
Ferve
Treme.
Demasiadas coisas oferece a cidade,
Demasiada gente,
À minha mente.
A vida precisa de uma fronteira. Creio que as mentes e as consciências, quando finalmente surgiram no processo evolutivo, construíram-se primeiro e sobretudo em torno do problema da vida no interior de uma fronteira.